· Relativamente a este tema os poemas escritos foram os seguintes:
• Autopsicografia
• Isto
· Quando o poeta escreve um poema, não deve escrevê-lo quando está a sentir a emoção, mas sim quando se lembra dela. Deste modo, o poeta precisa de usar a razão e racionaliza a emoção, logo, o poema transforma-se num produto intelectual.
Ex:
“E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.” – 3ª Quadra do poema Autopsicografia
Ex:
“E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.” – 3ª Quadra do poema Autopsicografia
A criação dum poema
baseia-se na relação entre o coração (Sentir) e a razão (Pensar). Assim,
o coração transforma-se num comboio de corda que fornece emoções
ao poeta, para que este mais tarde consiga escrever o poema. Por outro
lado, a razão irá condicionar o movimento do comboio, disciplinando-o e
mantendo-o nas calhas da roda, ou seja, é quando o poeta se recorda das
emoções e as intelectualiza, dando origem à obra final.
· Fernando Pessoa diz que todos os bons poetas são fingidores e que esse fingimento tem que ser total, ao ponto de existir confusão entre a realidade e o fingimento (perca total de consciência);
Ex:
“O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.” – 1ª Quadra do poema “Autopsicografia”
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.” – 1ª Quadra do poema “Autopsicografia”
· É importante referir que existem 3 tipos de dor:
- A dor que o sujeito poético experimentou (dor sentida);
- A dor imaginada pelo poeta quando escreve o poema (dor fingida);
- A dor que o leitor sente quando lê o poema, que é o único que sente verdadeiramente.
Ex:
“E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.” – 2ª Quadra do poema Autopsicografia
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.” – 2ª Quadra do poema Autopsicografia
· Através dos versos abaixo apresentados, retirados do poema Isto, fica bem clara a fuga às sensações. Pessoa recusa sentir (para melhor fingir e ser um melhor poeta) e remete-o para o leitor.
“Sentir? Sinta quem lê!” – Verso 15
“Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.” – Versos 3 a 5
Desta forma, o produto final é resultado da imaginação e da criatividade, o que faz do poeta um artista original -- e não apenas mais um poeta. A realidade é apenas o ponto de partida para a escrita poética.
Desta forma, o produto final é resultado da imaginação e da criatividade, o que faz do poeta um artista original -- e não apenas mais um poeta. A realidade é apenas o ponto de partida para a escrita poética.
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a teoria do fingimento poético |
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