quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Características estilísticas da poesia do Ortónimo

Simplicidade formal: Utilização frequente de estrofes com quatro ou cinco versos;

Sensibilidade musical: Recorre a aliterações, assonâncias, esquemas rimáticos ABAB e AABB que conferem ritmo ao poema;

Adjetivação expressiva: Utiliza  vários adjetivos para expressar o pensamento de forma rápida;

Pontuação emotiva: Através da utilização de reticências e exclamações, o poeta tenta reforçar as ideias expressas ao longo do poema;

Frases nominais: Utilização de frases sem verbos;

Símbolos tradicionais: Recorre a símbolos como a àgua, o mar e o rio que representam a vida.   

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Alberto Caeiro

Caracteristicas da poesia de Alberto Caeiro

  • Sensacionismo – compreende o mundo através dos sentidos, sendo a visão o mais importante. Ver é conhecer e compreender o mundo, por isso, pensa vendo e ouvindo.

Ex:
“E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pésE com o nariz e a boca.” – Versos 4 a 7 da primeira estrofe do poema “IX”

  • Recusa qualquer tipo de pensamento e dá importância à aquisição do conhecimento através das sensações. Desta forma elimina a dor de pensar que afeta o ortónimo.  
Ex:
“O que penso eu do mundo?
Sei lá o que penso do mundo!
Se eu adoecesse pensaria nisso
” – 1.ª estrofe do poema “Há metafísica bastante em não pensar em nada.”

“O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)” – Versos 16 e 17 do poema “II”

         Para Caeiro, “pensar” é estar doente dos olhos, pois só se não conseguir ver é que vai  imaginar as coisas, logo utilizar a razão.
  • Para Caeiro as coisas são aquilo que nós vemos, não tendo outro significado.
Ex:
“Porque sei que compreendo a Natureza por fora;
E não a compreendo por dentro
Porque a Natureza não tem dentro;
Senão não era a Natureza.”- Versos 23 a 26 do poema “XXVIII”

Nestas estrofes Caeiro afirma que não é necessário compreender a Natureza, porque ela não é mais do que aquilo que nós conseguimos captar através dos sentidos.


  • Alberto Caeiro é panteísta, ou seja, poeta da natureza, este vive em completa harmonia com o Mundo que o rodeia, dando a cada elemento natural o estatuto de Deus. Sente-se bem na natureza sem a transformar, ou seja adapta-se.
Ex:
“Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto,
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz.” – Última estrofe do poema “IX”


  • Tem uma atração pela infância, como sinónimo de pureza, inocência e simplicidade, porque a criança não pensa, conhece pelos sentidos como ele – pela manipulação dos objetos através das mãos.  
Ex:
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem…
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras

Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do mundo… - versos 5 a 12 do poema “II”

Nestas estrofes o poeta para além de demostrar a atração pela pureza duma criança, demostra a crença na eterna novidade do Mundo, ou seja, acredita que o Mundo está em constante mudança.

  • Caeiro não se preocupa com a passagem do tempo, este vive no presente e ignora o passado, assim como o futuro.

  • Vê o mundo sem necessidade de explicações e confessa que existir é um facto  maravilhoso. Para Caeiro o mundo é sempre diferente: por isso aproveita cada momento da vida e cada sensação na sua originalidade.

  • Caeiro considera que fazer poesia é uma atitude involuntária e espontânea.
Ex:
Li hoje quase duas páginas
Do livro dum poeta místico,
E ri como quem tem chorado muito.
Os poetas místicos são filósofos doentes
(…)
Por mim, escrevo a prosa dos meus versos
E fico contente
, (…) – versos do poemas “XXVIII”
Nestes versos o sujeito poético opõe a poesia dos poetas místicos que é elaborada, à sua que é espontânea e racional.

  • Caeiro aborda também a ideia de Deus, no Deus que nunca viu, não pode acreditar, mas num Deus palpável, visível nas coisas da Natureza, nesse o poeta acredita. Afirma ainda que se Deus está nos elementos naturais, lhe obedece naturalmente, caso contrário Deus não existe. Desta forma, Caeiro reforça a sua perspetiva pagã, ou seja, vive em harmonia com as suas crenças.
Ex:
Não acredito em Deus porque nunca o vi.
Se ele quisesse que eu acreditasse nele,
Sem dúvida que viria falar comigo
E entraria pela minha porta dentro
Dizendo-me, Aqui estou!
 …
Mas se Deus é as flores e as árvores 
E os montes e sol e o luar,
Então acredito nele, - 5.º estrofe e os 3 primeiros versos da 6.ª estrofe do poema
“Há metafísica bastante em não pensar em nada.”


·         Alberto Caeiro utiliza um discurso poético simples e corrente, recorre a perguntas e respostas, frases curtas, repetições e frases interrogativas.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Ortónimo em música



«Eu ainda me lembro do Mundo
A partir dos olhos duma criança.
Lentamente, essas sensações
Foram enubladas pelo que sei agora.

Aonde? Aonde foi o meu coração parar?
Um negócio desigual pelo mundo real.
Oh, eu! Eu quero voltar a
Acreditar em tudo e não saber nada ao certo.

Eu ainda me lembro do Sol
Sempre quente na minha cama.
De alguma forma, parece mais fria agora.

Aonde? Aonde foi o meu coração parar?
Preso nos olhos de um estranho.
Oh, eu! Eu quero voltar a
Acreditar em tudo!

Iesu, Rex admirabilis
Et triumphator nobilis,
Dulcedo ineffabilis,
Totus desiderabilis.


 Eu ainda me lembro.»

Campo da Inocência, Evanescence, in Origin.



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domingo, 15 de janeiro de 2012

Ortónimo: Nostalgia da Infância


·         O sujeito poético é infeliz e sente-se inadaptado no presente em que vive;

·         Tem saudades de uma infância ideal e feliz;

·         Refugia-se nas memórias dessa infância.

Fernando Pessoa com cerca de um ano de idade
                                       
·     Ao refugiar-se no passado, Pessoa sente-se cada vez mais inadaptado no presente, o que o leva a refugiar-se novamente no passado, nesse tempo perdido onde conseguiu ser feliz. 

Ex:
«Filho único, a mãe lhe dera
Um nome e o mantivera:
"O menino de sua mãe".


Caiu-lhe da algibeira
A cigarreira breve.
Dera-lha a mãe. Está inteira
E boa a cigarreira.
Ele é que já não serve.

(...)

longe, em casa, há a prece:
"Que volte cedo, e bem!"
(Malhas que o Império tece!)
Jaz morto, e apodrece,
O menino da sua mãe.» - O menino de sua mãe (v3/5, est3; est4; est6)

A terceira estrofe pretende mostrar que as memórias do passado nos prendem no presente. Quando a mãe insiste em chamá-lo de seu menino, está a prendê-lo na infância, como se não tivesse crescido.

A quarta estrofe mostra-nos como o soldado vivia o presente carregando os símbolos do passado: a cigarreira. Foi este passado que o impediu de viver no presente, originando a sua "morte".
Por fim, a sexta estrofe, mostra a forma como o passado e o presente são inconciliáveis: aquele que está morto e apodrece no presente, continua vivo no passado.

·   Sempre que aparece um rio na poesia de Fernando Pessoa, esse representa o caminho da vida. A passagem do rio representa a passagem da vida no presente. Se esta for muito lenta, é porque o "rio" (o presente) está preso (ao passado). Se for rápida, é porque tem pressa em avançar (o sujeito poético está ansioso com o futuro).


Ex:
“Ondas do rio, tão leves
Que não sois ondas sequer,
Horas, dias, anos, breves
Passam
– verduras ou neves
Que o mesmo sol faz morrer.” – 4ª Estrofe do poema Andaime



a nostalgia da infância

sábado, 14 de janeiro de 2012

Ortónimo: fragmentação, autodesconhecimento e dor de pensar


           A dor de pensar é o segundo tema abordado em Pessoa ortónimo.
     
          O sujeito poético submete-se a uma análise psicológica, chegando a diversas conclusões.
         A primeira é que se sente fragmentado e diverso, não se sentindo uma pessoa só. Esta fragmentação é resultado da passagem do tempo, que o impede de permanecer sempre o mesmo, porque aquilo que foi no passado já não é no presente e no futuro será diferente também. O sujeito poético está, assim, em constante mutação. Esta mutação também é resultado da influência que os outros têm sobre si, condicionando as suas vontades. Diverso e móbil, o sujeito poético sente-se inadaptado.


Ex:
“Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,

Não sei sentir-me onde estou.” – 2ª Estrofe do poema Não sei quantas almas tenho



·    Pessoa sabe que é impossível ser consciente e inconsciente simultaneamente, porque estes estados se opõem. Conscientemente, pensa-se; inconscientemente, sente-se e vive-se -- e é aqui que o seu sofrimento começa: por não conseguir parar de pensar, não consegue sentir e, por isso, não consegue realizar os seus desejos e vive frustrado.

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O pensamento é insaciável, porque quem pensa quer sempre saber mais e, por isso, nunca se satisfaz. Pensar é inútil, porque inibe a felicidade e impede de chegar a quaisquer conclusões.


Ex:

"Ler é maçada,
Estudar é nada.
O sol doira
Sem literatura." - v5/8, est1, Liberdade



·    Por isso, gostava de não pensar, mas ao mesmo tempo queria saber que não estava a pensar.

Ex:
“Ah, poder ser tu, sendo eu!
Ter a tua alegre inconsciência
E a consciência disso!
” – 5ª quadra do poema Ela canta, pobre ceifeira



 
 
Nesta quadra, o sujeito poético faz um apelo à ceifeira, para que consiga ter a sua inconsciência e ao mesmo tempo ter consciência disso.

·    É referido também a dor que resulta da distância imensa entre o que se quer – ou seja, o Tudo – e o que se realiza – ou seja Nada. Os seus projetos nunca se realizam por completo porque o que ele quer atingir é  infinito e o que é consegue atingir é nada. O que surge desta situação é um enorme sentimento de frustração.

Ex:
“Tudo que faço ou medito
Fica sempre na metade
Querendo, quero o infinito
Fazendo, nada é verdade” – 1ª quadra do poema Tudo que faço ou medito



·     Ao pensar o sujeito poético apercebe-se de que a vida é curta e que mais cedo ou mais tarde irá acabar, então decide que não vale a pena viver e, por isso, deseja a morte.

Ex:
“Pesa tanto e a vida é tão breve!
Entrai por mim dentro! Tornai
Minha alma a vossa sombra leve!
Depois, levando-me, passai!” – 6ª estrofe do poema Ela canta, pobre ceifeira






O sujeito poético, no ortónimo, sente-se, assim, condenado a pensar e acha que isso é mau, porque pensar impede-o de ser ele próprio, o que o impede de se autoconhecer.



Poemas sobre a dor de pensar: Não sei quantas almas tenho; Tudo que faço ou medito; Ela canta, pobre ceifeira; Gato que brincas na rua; Leve, breve, suave; Liberdade; Mar. Manhã.


a fragmentação e o autodesconhecimento




a dor de pensar (sentir/pensar, inconsciência/consciência)

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Ortónimo: o Fingimento Poético



·    Relativamente a este tema os poemas escritos foram os seguintes:
           • Autopsicografia
           • Isto
 
·   Quando o poeta escreve um poema, não deve escrevê-lo quando está a sentir a emoção, mas sim quando se lembra dela. Deste modo, o poeta precisa de usar a razão e racionaliza a emoção, logo, o poema transforma-se num produto intelectual.

    Ex: 
    “E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.” – 3ª Quadra do poema Autopsicografia


        A criação dum poema baseia-se na relação entre o coração (Sentir) e a razão (Pensar). Assim, o coração transforma-se num comboio de corda que fornece emoções ao poeta, para que este mais tarde consiga escrever o poema. Por outro lado, a razão irá condicionar o movimento do comboio, disciplinando-o e mantendo-o nas calhas da roda, ou seja, é quando o poeta se recorda das emoções e as intelectualiza, dando origem à obra final.

·   Fernando Pessoa diz que todos os bons poetas são fingidores e que esse fingimento tem que ser total, ao ponto de existir confusão entre a realidade e o fingimento (perca total de consciência);

Ex:
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.” – 1ª Quadra do poema “Autopsicografia”


·   É importante referir que existem 3 tipos de dor:
A dor que o sujeito poético experimentou (dor sentida);
A dor imaginada pelo poeta quando escreve o poema (dor fingida);
- A dor que o leitor sente quando lê o poema, que é o único que sente verdadeiramente.

Ex:
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.” – 2ª Quadra do poema Autopsicografia


·     Através dos versos abaixo apresentados, retirados do poema Isto, fica bem clara a fuga às sensações. Pessoa recusa sentir (para melhor fingir e ser um melhor poeta) e remete-o para o leitor.

“Sentir? Sinta quem lê!” – Verso 15
“Eu simplesmente sinto
 Com a imaginação.
 Não uso o coração.” – Versos 3 a 5


     Desta forma,  o produto final é resultado da imaginação e da criatividade, o que faz do poeta um artista original -- e não apenas mais um poeta. A realidade é apenas o ponto de partida para a escrita poética.


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a teoria do fingimento poético

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Fernando Pessoa: Ortónimo

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Fernando Pessoa, enquanto ortónimo, escreveu acerca de três temas.




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  1.  O fingimento poético

     «Um ator não precisa de ter matado uma Desdémona para interpretar com verdade o papel de Otelo. Sobretudo nenhum ator necessita de experimentar ciúme real quando encarna um papel de ciumento. Pelo contrário, é de toda a conveniência que o não cegue, nesse momento, nenhuma espécie de paixão. Para entrar na pele da célebre personagem de Shakespeare tem o ator vantagem em não sentir o ciúme que mostra estar sentido.»
João Gaspar Simões, Heteropsicografia de Fernando Pessoa








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       2. A dor de pensar


     «Nuvens... Existo sem que o saiba e morrerei sem que o queira. Sou o intervalo entre o que sou e o que não sou, entre o que sonho e o que a vida fez de mim, a média abstrata e carnal entre coisas que não são nada, sendo eu nada também. Nuvens... Que desassossego se sinto, que desconforto se penso, que inutilidade se quero!»
Fernando Pessoa -  Bernardo Soares, O Livro do Desassossego










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3. A nostalgia da infância


«Conseguiria eu reconhecê-lo fora da morte
Ou dormindo? Não sou capaz de recordar o som das canas
A rasparem, ou o chocalho dos beija-flor roucos dos
Pensamentos. Os meus pensamentos. Tudo significado, poeira.»

Sarah, Dream

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

A vida de Fernando Pessoa

No dia 13 de junho de 1888, em Lisboa, nasceu Fernando Pessoa, que viria a ser considerado um dos maiores poetas portugueses.
Fernando Pessoa,
1899, 1900, 1901, 1902
Fernando Pessoa
Era órfão de pai e não se relacionava com ninguém. Para não se sentir sozinho, lia muito e foi a partir daí que descobriu o seu gosto pela poesia. Escreveu o seu primeiro poema com 6 anos de idade. Este poema foi feito para a mãe e escrito em inglês.
Pessoa era muito nervoso e precisava de atenção. Como não tinha amigos, criou um mundo imaginário, com personagens que mais ninguém via nem ouvia. Os primeiros dois amigos imaginários que teve foram o Chevalier de Pas e o seu rival, e escrevia cartas deles a si mesmo. Na altura tinha 6 anos de idade, mas com o tempo foi-se esquecendo deles. Fernando Pessoa acreditava ouvir, sentir e ver os seus “amigos e conhecidos”, que nunca existiram, tendo chegado mesmo a dizer que sentia saudades deles.
Fernando Pessoa assumia outras personalidades como se fossem pessoas reais, a este facto dá-se o nome de heteronímia e à escrita dele próprio chamamos ortonímia. Os heterónimos mais conhecidos de Fernando Pessoa são Alberto Caeiro, Ricardo Reis, Álvaro de Campos e o seu semi-heterónimo, Bernardo Soares. Soares era “semi” porque Pessoa tinha noção que ele era imaginário, uma vez que o ouvia e o sentia, mas não o via. Pessoa afirmava que os heterónimos discutiam uns com os outros, chegando mesmo a falar sobre temas que ele próprio não conhecia.
Quando foi para a universidade tirar um curso de Letras, achou que os professores lhe impunham muitas regras e abandonou o curso.
Fernando Pessoa apresentou ainda os dados biográficos de cada heterónimo:
 
Ricardo Reis
Nasceu em 1887, no Porto;
Era médico e vivia no Brasil;
Era um pouco mais baixo do que Alberto Caeiro, mais forte, mas seco;
Não tinha barba, nem bigode, e o seu cabelo era um vago moreno mate;
Foi educado num colégio de jesuítas;
Era monárquico;
Era latinista por educação alheia e um semi-helinista por educação própria.



Alberto Caeiro
 
Nasceu em 1889 e morreu em 1915;
Nasceu em Lisboa, mas viveu quase toda a sua vida no campo;
Não teve profissão nem educação quase nenhuma;
Altura média e frágil, mas não parecia;
Não tinha barba, nem bigode, era louro e tinha olhos azuis;
Ficou sem os pais e vivia com a tia-avó;
Morreu de tuberculose.



•Álvaro de Campos 
 
Nasceu em Tavira, no dia 15 de Outubro de 1890;
Era engenheiro naval;
Era alto, magro,  costumava andar curvado e usava monóculo;
Não tinha barba, nem bigode, o seu cabelo era liso e penteado para o lado, com uma cor entre o branco e o moreno;
Teve uma educação vulgar, foi mandado para a Escócia estudar engenharia e sabe latim. 
         
Almada Negreiros - visual arts, Portugal

         Alberto Caeiro surgiu por pura e inesperada inspiração; Ricardo Reis, depois de estar a pensar, quando de repente originou uma ode; Álvaro de Campos quando sentiu um inesperado impulso para escrever; e, por último, o seu semi-heterónimo, Bernardo Soares, que é muito parecido com Álvaro de Campos e aparece sempre que Pessoa está cansado ou sonolento.